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Conheça as obras do primeiro domingo de festival

Atualizado: 31 de out. de 2023



15h


Panorama de Juazeiro (2003), de José Rômulo Mesquita

Duração: 12'44"


Peça produzida a partir de gravações de campo e entrevistas realizadas em romarias, entre os anos de 1997 e 2003. Reunindo adeptos de Madrinha Dodô, a Banda de Pífanos da cidade de Santa Brígida (Bahia) foi gravada em frente à Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte (Ceará), partindo em procissão. Na obra, também se escuta um vendedor de cordel vendendo folheto sobre a vida de Padre Cícero e trechos da Despedida do Romeiro, conduzida por Padre Murilo, grande animador das celebrações de Juazeiro do Norte. Entre as romarias registradas estão as de fim de ano, como a grande Romaria de Finados. Nas viagens, o autor teve a companhia e parceria da jornalista Eleuda de Carvalho, que, como ele, foi produtora radiofônica na Universitária FM 107,9, em Fortaleza. Na emissora, José Rômulo Mesquita trabalhou a partir de 1982, produzindo o programa Reouvindo o Nordeste.



Aqui tem laranja, aqui tem ovos graúdos (2023), de be guimaraes

Duração: 01'43"


Esta obra faz uma mixagem de sons característicos da cidade de Santo Amaro, na Bahia. O som do carro do ovo, de máquinas, de cavalos, do bem-te-vi e de outras fontes se misturam ao tradicional bumbo do pagodão baiano. Sensações de identificação são provocadas tanto na população local quanto em pessoas de outros lugares com paisagens sonoras semelhantes, em que os carros de som têm importante função na informação e comunicação social. Bernardo Guimarães (be guimaraes) é artista e produtor musical de Niterói, no Rio de Janeiro. Em 2023, passou a morar em Santo Amaro para cursar Produção Musical no Centro de Cultura Linguagens e Tecnologias Aplicadas, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Músico de palcos e bandas, o artista vem se dedicando a paisagens e artes sonoras alinhadas com uma nova concepção de performance.



i-131 (2017-2023), de Valéria Bonafé

Duração: 13'00"


i-131 é um isótopo radioativo de iodo, com meia-vida de 8 dias. No dia 10 de setembro de 2017, Valéria Bonafé, autora da obra, ingeriu duas cápsulas dessa substância, totalizando uma dose de 150 milicuries, como tratamento auxiliar após um procedimento de retirada de carcinoma papilífero na tireóide. Valéria permaneceu em isolamento total dentro de um quarto por 32 horas, e mais 5 dias em isolamento parcial em casa. A peça mistura duas narrativas: uma sobre sua experiência individual durante a iodoterapia; e outra sobre sua avó paterna Maria Marques (1921-2007), submetida 26 anos antes à mesma cirurgia e tratamento. Valéria Bonafé é compositora, pesquisadora e professora. Como compositora, colabora regularmente com solistas, grupos de câmara, coros e orquestras. Seus trabalhos já foram apresentados em concertos e festivais em países como Brasil, Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, Colômbia, EUA, França, Inglaterra e Itália. É uma das fundadoras da Sonora: músicas e feminismos, uma rede feminista que tem promovido ações de valorização e ampliação da participação das mulheres na música e nas artes.



Sonorola (2023), de Ender Rodriguez

Duração: 01'52"


Experiência onde se ouve cantar os grilos do jardim do artista, na Venezuela. Depois, ele toca a kalimba, instrumento musical africano, e no meio da arte acústica usa a voz, quase imperceptível, para revelar uma musicalidade possível de fala, em voz baixa e misteriosa. Tudo vira composição do experimento sonoro.



Piano Hörspiel, estudio (está por llover/está para chover) (2022), de Andrea Cohen

Duração: 16'22"


Esta peça parte de uma pergunta (por isso trata-se de um "estudo"): o que é um Hörspiel, e que sons o caracterizam? E como envolver o piano como contraponto, não só como música produzida pelo instrumento, mas como presença, como identificação? A ausência da voz falada em primeiro plano, a sua presença próxima como parte da atividade doméstica, e deambulando pelas paisagens, restaura um mundo imaginário, que é o da memória e dos sonhos da artista. A ideia é confrontar dois mundos sonoros: os sons radiofónicos (paisagens sonoras interiores e exteriores) e os sons do piano, que intervêm dentro e fora da situação. "Embora se possa intuir uma história subjacente (povoada de memórias e sonhos), creio que a magia da montagem abre as comportas da imaginação, permitindo uma multiplicidade de leituras possíveis, do anedótico ao abstrato", diz a autora. Andrea Cohen é pianista, compositora e artista de rádio. Compôs várias obras eletroacústicas e mistas (instrumento e eletrônica), bem como música incidental para peças teatrais e audiovisuais. É colaboradora regular da France Culture, da Radio France. Nascida em Buenos Aires, na Argentina, Andrea Cohen vive e trabalha na França.



Purino, o menino que quer ser Super-Herói - Capítulo 03: O sonho, de Vera Lucena, Julia Pascali e Tadeu Ribeiro (2020 a 2023)

Duração: 13'15"


Este projeto radiofônico nasceu em 2020, no início da pandemia, junto ao Ponto de Cultura COEPi e à comunidade artística de Pirenópolis, em Goiás. A peça conta a história de um menino que vive na cidade de Sutileza. Ele encontra uma Super-Heroína que lhe dá instruções de como passar por Sete Leis durante sua vida, até tornar-se um Super-Herói. No terceiro capítulo, Super-Pequi aparece para Purino em sonho. Ele fica animado e vai conhecer o Centro de Artes Canto Guardian com o professor Toskay, iniciando aí suas atividades. A equipe responsável pela produção foi formada por artistas, educadores, pesquisadores, mestres, doutores e estudantes, que juntaram seus saberes em um projeto de múltiplas expressões, construído comunitariamente, tendo ligação com grupos sociais e culturais, e envolvendo a participação do público. Integra literatura, festas tradicionais, cultura popular, dança, teatro, cinema, luteria, edição de mídias e novas tecnologias. O projeto é de autoria de Vera Lucena, atriz, diretora e locutora de rádio; de Julia Pascali, atriz, diretora e doutora em Artes pela UNICAMP; e de Tadeu Ribeiro, comunicador social e produtor audiovisual. A primeira temporada é composta por quatro episódios de duração aproximada de 12 minutos. Foi transmitida na Rádio Comunitária Jornal Meia Ponte, de Pirenópolis, no programa de rádio COEPi com Você, de outubro a dezembro de 2022.



16h



sound piece : in memoriam decio pignatari (2013), de Janete El Haouli & José Augusto Mannis

Duração: 20'12"


Peça sonora-poema, homenagem a Decio Pignatari. Ele fez parte do grupo de poetas que concebeu e realizou a poesia concreta no Brasil, na década de 1950. A edição, processamento e montagem eletroacústica de leituras de poemas do autor e de trechos de músicas inspiradas em seus poemas convidam o ouvinte a ouvir a imaginação criativa deste grande poeta. Em sound piece : in memoriam decio pignatari, discursos, poemas, músicas e silêncios interagem e se integram. A composição centra-se na interação de sons, palavras, sons de palavras, palavras que se transformam quando os sons são alterados e com sons que por si só se tornam palavras. O fio condutor da estrutura desta peça foi a obra Noigandres IV (1997) para soprano, clarinete e piano de J.A. Mannis sobre o poema "HOMBRE", escrito por Décio Pignatari e publicado na revista Noiganders nº 4, de onde vem o título da música. A voz de Pignatari ao ler o poema e a música de 1997 tornam-se equivalentes em densidade, em significado e podem ser alternadas, combinadas. A música se desintegra, se transforma e permeia todos os outros poemas incluídos na peça, aglutinando, unindo, ou conectando-se, de diferentes maneiras, a cada um deles. Assim, esta peça sonora apresenta-se como uma criação sonora que reúne poemas concretos falados, depoimentos e canções. Janete El Haouli Musicista é artista sonora e radiofônica, produtora cultural e pesquisadora, com ênfase em rádio como mídia experimental, voz musical estendida, ecologia sonora e paisagem sonora. José Augusto Mannis é professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), trabalhando principalmente com música contemporânea e composição dos séculos XX e XXI e sonologia.



pássaros e gotas fora da bolha (2022), de Lara Lima

Duração: 02'14"


Quando os pássaros estão na chuva, eles se abrigam em árvores e cantam. Um fenômeno efêmero, o som dos pássaros na chuva. Como humanos poderiam ouvir de perto o canto dos pássaros que se abrigam da chuva numa árvore? Talvez, se estivessem dentro de uma bolha de vidro, pudessem se aproximar desse instante sem se molhar, e assim ouvir o canto dos pássaros junto ao som das gotas batendo no vidro. A obra pássaros e gotas fora da bolha é uma captação sonora realizada em 2022, em uma manhã chuvosa no campus do Pici da Universidade Federal do Ceará. Lara Lima é artista visual e sonora, arquiteta, urbanista e pesquisadora do corpo. Em 2021, teve a videoarte Gameleira exibida no Festival Santo Noise de Arte Sonora, Ruidismo e Experimentação (Argentina), no festival interestadual de música experimental Frestas Telúricas (Brasil), entre outros. Participou do Festival Internacional de Videomapping ABSTRATA com o set TRACEAFERA, performance visual e sonora realizada junto com as artistas Clau Aniz e Loreta Dialla. Em 2023, desenvolveu o desenho de som para o espetáculo Luzia, pesquisa realizada no laboratório de teatro do Centro Cultural Bom Jardim e que circulou também na Temporada de Arte Cearense. É integrante do coletivo Aterra Flecha, que promove a produção de artistas femininas no estado do Ceará. Sua pesquisa e produção artística permeiam experimentações sonoras e visuais com código criativo, por meio de linguagem de programação com código aberto (Sonic Pi, p5.js, Pure Data, Processing, Tidal Cycles e Hydra), além da construção sonora a partir do uso de objetos, paisagens sonoras e de dinâmicas de exploração do corpo/voz.



Ação de Rua: comida solidária (2022), de Louis Robin

Duração: 12'06"


A peça é um dos episódios da série Espaço Sonoro, produzida em 2022 por Louis Robin. A obra traz depoimentos de entrevistados em três espaços diferentes. O primeiro é uma cozinha, onde são preparados alimentos. O segundo é uma praça na Zona Oeste de São Paulo, com integrantes do projeto Ação de Rua se encontrando para organizar a distribuição desses alimentos. E o último ambiente, onde acontece a partilha da comida, é a praça Marechal Deodoro, no Centro de São Paulo. Nessa parte final, depoimentos das pessoas beneficiadas pela ação são trazidos. A série Espaço Sonoro está disponível no Spotify e no canal do YouTube Monalisa Filmes. Louis Robin é formado em Rádio e TV pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA - USP). Iniciou a carreira na Rádio Cultura, emissora da Fundação Padre Anchieta, e passou por diversas emissoras radiofônicas francesas, como a France Internationale, a France Musique e a France Culture, pertencentes ao grupo Maison de La Radio. Tem experiência com captação de som para cinema e é influenciado por essa vivência na criação de suas obras sonoras. O episódio aqui apresentado foi realizado para as rádios Cultura FM e Cultura Brasil, da Fundação Padre Anchieta.



Farsa (2013), de Isabel Carneiro

Duração: 02'00"


A artista passou 32 dias consecutivos gravando duas frases ao acordar: “Hoje eu acordei feliz. Tudo faz sentido”, num jogo irônico com as propostas de autoajuda e técnicas meditativas em voga atualmente. “É um estabelecimento forçado, uma prática forjada”, comenta a autora. Com o auxílio da bolsa PDSE da CAPES, Isabel Carneiro realizou parte de sua pesquisa de doutorado na Universidade de Paris 1-Sorbonne entre 2013 e 2014, onde expandiu a noção entre visualidades e sonoridades através da forma-partitura. Ela pesquisa o conceito de colagem como forma na música, na pintura e no vídeo. Em 2022, participou da Ativação 01PN10 no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, da 1ª Mostra Nacional de Videoarte Decult/UERJ “Corpo e memória” e da Montação Ahryunada na Galeria Triplex. Em 2019, realizou a exposição Poética entre mulheres no Centro Cultural Justiça Federal e participou do 5º Festival Internacional de Artes Feministas de La Ciudad de México. Seus trabalhos também integraram as exposições Histórias fora da ordem (Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro, 2017), Double Mounth (Galeria Cândido Portinari, na UERJ, 2012) e Oficinas do Convento (Montemor-o-Novo, Portugal, 2014).



Forgotten Loops' Sketchbook (2023), de Roberto D'Ugo Junior

Duração: 17'12"


A vida é um belo glitch. Um ensaio rítmico sobre nossas falhas e imperfeições. Uma lista infinita de pequenos erros e esquecimentos que se agitam e se adensam na mente do poeta, um artista sonoro. Anti-resoluções beckettianas que emergem como uma ladainha durante breve meditação sobre a vida cotidiana. Poema do autor, apresentado por meio de uma superposição de linhas vocais constituídas de loops com diferentes enquadramentos psicológicos do texto. Simultaneidades. A irregularidade dos loops utilizados na peça, fruto de gestos súbitos de improvisação sobre o material gravado, resulta em uma aproximação com a precariedade técnica do sillon fermé, do sulco-fechado inscrito em velhos discos de acetato. Cortes e sobreposições animam padrões resultantes. A peça é formada por três momentos: partes 1 e 3, rápidas e essencialmente rítmicas. Parte 2, mais ampla, lenta e cumulativa, semi discursiva, pontuada por hesitações e chiados. Voz: Anna Carl Lucchese. Roberto D'Ugo é artista-pesquisador dedicado à radioarte. Suas obras exploram interfaces entre técnica, magia e arte. A partir de uma escuta poético-documental do cotidiano, desenvolve uma investigação estética que dialoga com o surrealismo e o minimalismo musical. A repetição ritualística de resíduos de falas e fragmentos de paisagens sonoras é uma caraterística de seu trabalho. Algumas de suas peças foram veiculadas em rádios como CHIGIANAradioarte (Siena - Itália), Radiophrenia (Glasgow - Escócia), Datscha Radio (Berlim - Alemanha), Radio CASo (Buenos Ayres - Argentina), Radio Sur Aural (Santa Cruz – Bolívia), Radio Tsonami (Valparaíso – Chile), Rádio Cultura FM (São Paulo) e Rádio UFMG Educativa (Belo Horizonte). É doutor em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e foi coordenador da programação e produção da Rádio Cultura FM de São Paulo. É professor de rádio e mídias sonoras na Faculdade Cásper Líbero e membro fundador do Petit Comité, coletivo de arte mídia.



A grande habilidade parece bisonha (2019), de Reuben Da Rocha

Duração: 01'48"


Composição fonética que pode ser descrita como uma peça de canto coral estereofônico. Integra o álbum REUBEN!?, lançado digitalmente em 2019. O título é uma citação do Dao De Jing (Tao Te Ching), poema clássico chinês atribuído ao imortal Laozi. Reuben da Rocha é artista vocal, poeta sonoro, músico improvisador, escritor e performer. Publicou livros de poemas, ficções e ensaios e coordenou trabalhos cênicos coletivos de natureza multimídia e interdisciplinar. Integra atualmente o duo de improvisação livre BLOIKO, com o músico Igor Souza.



17h


Charaboncitos (2023), de Épica Uruguaya sobre texto de Julio C. da Rosa

Duração: 09'00"


Épica Uruguaya é um projeto de ambientação sonora que dá voz a textos narrativos uruguaios clássicos e contemporâneos, desenvolvido por Hoski e Raúl Garrido. Esta peça é um áudio-conto experimental em que se hibridizam ambientação sonora, gravações de campo e a declamação de "Charaboncitos", conto homônimo de Julio C. da Rosa. Ela faz parte do álbum Buscabichos (2023), no qual são adaptadas diferentes histórias do livro homônimo de Da Rosa (Montevidéu: Banda Oriental, 1970). «Buscabichos o el encuentro de lo extraño. Un niño que abre sus ojos al mundo; un adulto citadino, canario exiliado, que abre los de la memoria a un mundo infantil de provincias. El escenario rural se proyecta, con su flora, su fauna, sus habitantes y sus episodios. Con sus contradicciones. Pero salvaguardado siempre por la benevolencia de la mirada distante, por la extrañeza de la mirada del niño recuperado, que nos revela el descubrimiento mismo de sus emociones. Buscabichos o la recreación exótica de lo perdido. Llanuras digitales, niños orientales colados entre los orientales autóctonos. Sapos, y grillos, y chicharras, y pájaros de Kaossilator, chirriantes en una app gratuita de celular, poblando su propio colchón artificial, su propia poética regionalista en el artificio de la memoria. Las voces irrumpen en la arbitrariedad del mundo invocado. La mirada sigue buscando los bichos entre los pastizales. Con la misma extrañeza. Con la misma poiesis alucinada de la infancia». Gravado e mixado entre junho e julho de 2020, através de correspondência virtual Uruguai-Camboja. Vozes gravadas por Hoski em La Pajarera de Jacinto Vera, Montevidéu. Ambientes digitais gravados por Raúl Garrido em Battambang. Gravações de campo gravadas por Raúl Garrido em Battambang, em 2020. A ambientação sonora inclui ainda ukule e processamento de som com aplicativos de celular e pedais. Mixado por Hoski. Masterizado por Raúl Garrido no Tatami Registries, Montevidéu, em abril de 2023.



Natural da Terra, de Felipe Ivanicska e Sérgio Dias (2023)

Duração: 46'00"


A partir de histórias coletadas no Barreiro, sobre a natureza daquela região da cidade de Belo Horizonte, o multiartista Sérgio Diaz interpreta um chamado da mãe-terra que vem do alto da Serra do Rola-Moça e fala sobre preservação, vida e esperança. O episódio foi produzido dentro do projeto Paibola, viabilizado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte. O Paibola foi criado por Gilson Fubá, verdureiro, poeta e produtor cultural que reside e faz sua luta sócio-política no Barreiro há décadas, e pelo podcaster Felipe Ivanicska, há 10 anos pesquisador de áudio-documentários. O projeto visa o uso do som como registro de memória e história oral da região do Barreiro.




18h


Porque até no lixão nasce flor (2022), com direção geral de Djane Assunção

Duração: 30'00"


O áudio-documentário relata a formação do Parque Santa Cruz, situado na periferia de Goiânia. O bairro foi popularizado entre os anos de 1979 e 1980, por meio de invasões na área onde funcionava um lixão de posse do estado de Goiás. Em uma trajetória de luta e coragem, o bairro buscou subsistência e moradia nos anos 80 e 90, e enfrentou a convivência com a violência e o tráfico de drogas nos anos 2000 e 2010. Agora, a comunidade busca superar os estereótipos que remetem ao passado do Parque Santa Cruz, fortalecendo as relações sociais por meio de instituições comunitárias. O projeto compõe a tese de doutorado de João Djane Assunção da Silva para o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Goiás (UFG), sob orientação do Prof. Dr. Ricardo Pavan, e foi produzido coletivamente com crianças e adolescentes assistidos pela Associação Polivalente São José (APSJ).



It 3 e 44 (2009), de Loop B

Duração: 3'44"


Peça inspirada na composição 4'33 de John Cage, a famosa e emblemática composição na qual um pianista fica em silêncio por exatos 4 minutos e 33 segundos. Loop B criou a peça em 2009 para a 7ª Bienal do Mercosul, a convite da curadora Lenora de Barros, responsável pela Rádio Visual da Bienal. Todo o material sonoro da obra é formado por samples de músicas e de entrevistas de John Cage. A obra tem exatos 3'44, invertendo, portanto, a duração da música original, e se chama “It” porque o próprio Cage, em entrevistas, referia-se ao seu trabalho como "coisa". Loop B é músico e compositor. Considerado um pioneiro da música eletrônica no Brasil, atua desde os anos 70 e teve seu primeiro álbum lançado em 1992. Também é percussionista e trabalha com sucatas e objetos, mas não constrói instrumentos: seu desafio é descobrir as possibilidades sonoras que o objeto pode oferecer.



Poética sonora antropofágica: paisagem eletroacústica para voz, sampler e sintetizador (2021), de Laufe Cristiano Leite Bitencourt

Duração: 04'20"


Performance sonora/cênica de releituras da poesia de Oswald de Andrade e Mario de Andrade. Homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna, a peça sonora traz releituras dos poemas Alerta, de Oswald de Andrade, e trechos de Ode ao Burguês, de Mario de Andrade. Neste projeto, o músico, compositor e produtor musical Laufe Bitencourt propõe a sonoridade como manifesto artístico, político, técnico e estético. Ele utilizou da experimentação e improviso na construção de paisagens eletroacústicas, urbanas e atemporais, por meio de sintetizador, samples, sonoplastia, voz e efeitos sonoros. Expressa e revisita, assim, a resistência da memória cultural e da contracultura combativa e criativa na arte.



and any idea how hard she can get (2012), de Silvia Ocougne e Mia Frimmer

Duração: 05'36"


Silvia Ocougne, compositora e violinista no campo da música contemporânea, experimental e improvisada, une-se à escritora e produtora de peças de rádio, Mia Frimmer. Nessa obra, a arte sonora encontra poesia.



Ária telefônica (2014), de Henrique Vaz

Duração: 11'43"


Ária para duas vozes e dez celulares em regime de retroalimentação de chamada. O princípio de feedback foi aplicado em uma teleconferência entre dez aparelhos celulares em modo alto-falante. A voz (mastigações, ofegâncias, inspiração e expiração, suspiro, assovio, "bocca chiusa", "Sprechstimme", falsete, estalos de boca, tosse, trêmulo de mandíbula, sílabas assêmicas, guturalismos, glossolalia e narração) opera enquanto impulso amalgamado à ciclicidade, aos laços de recursividade e contingência do sistema, resultando num "corpo híbrido". Não há amplificação para além dos alto-falantes dos celulares gravados com transdutores capacitivos de manufatura própria. Henrique Vaz é professor substituto de composição e música e tecnologia do Departamento de Música do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Escreveu os livros Ensaios {Algorítmicos} e Crônicas {Algorítmicas} (Estranhas Ocupações, 2023). É diretor musical do Movimento Baía Vive, do Laboratório de Imagem e Criação em Dança (LICRID) da UFRJ. Também integra o Coletivo Difluência, associado às graduações do IAD/UFJF, e é colaborador da Camerata JF e do Coral da UFJF.




19h


Que palavras saem (2022), de Amirar Nobre

Duração: 01'18"


Poesia autoral que sai por entre as frestas das tarefas comuns do dia a dia. Os questionamentos sobre o vocabulário, nossa língua, suas possibilidades e limitações estão presentes. Amirar Nobre é capoeirista nascido no Ceará e atualmente vive na Paraíba, onde cursa Ciências Sociais na UFPB. Dentre os saraus de rua dos quais participou, foi no Sarau Vai Dar Certo, na periferia do Pici, em Fortaleza, que ele iniciou o desenvolvimento de um pensar as palavras e os sons e as pessoas em relação.



Três Pontes (2023), de Sulamita

Duração: 01'14"


Um casal de Saracuras Três Pontes entoa suas falas e danças na beira de um rio antigo manilhado e fora de curso. Transformado em vala e esgoto, o rio está restrito a viver embaixo da Terceira Ponte, que une duas cidades através de concreto, ferro e mar. O casal de Três Pontes conta, nesta obra, como é a situação. Sulamita é artista e bióloga. Trabalha com xilogravura, videoarte, artes sonoras e escrita. Produziu dois livros infantis sobre os sapos Adelphobates galactonotus, com xilogravuras, desenhos e escritas autorais. Atualmente, trabalha na direção de audiovisual (som) do projeto Ma'enduara e está em Residência Artística no selo Música Insólita na produção de seu primeiro disco. Faz parte do projeto Escrita em Artes e do Grupo de Experimentação Sonora da UFES.



Radiador (2013), de Juan Angel Italiano

Duração: 01'43"


Leitura livre sobre o poema “Radiador - Poema sin obstáculos de tránsito ligero”, de Alfredo Mario Ferreiro, publicado no livro El hombre que se comió un autobús, poemas con olor a nafta (ed. Cruz del Sur, 1927). Recriação sonora da imaginária futurista de uma cidade moderna. O autor, Juan Ángel Italiano (Montevidéu, 1965 – radicado em Maldonado desde 1993), desenvolve produção e pesquisa da linguagem poética nos diversos suportes que adota para sua expressão: poesia sonora, videopoesia, poesia visual, poesia digital, poesia verbal, performance e suas possíveis interseções.



Río (2023), de Fernando Pinzás Ramos

Duração: 04'26"


Peça sonora realizada na oficina de som experimental Contenido Invisible, dirigida pelo compositor Diego Faucheux em fevereiro de 2023. Como parte da oficina, os participantes viajaram para o centro da cidade de Lima, no Peru, para fazer gravações de campo e, a partir desses registros, criar uma composição. A jornada foi marcada por fortes protestos contra o governo repressivo de Dina Boluarte, que nessa ocasião mandou um número incomum de policiais. Esta obra capta o som do distrito de Rímac, as texturas industriais das gráficas do centro e as vozes dos manifestantes como um "rio", um fluxo indetenível que pode destruir tudo em seu caminho. As gravações passaram por intervenções com efeitos do aplicativo Reaper. Além disso, foram processadas por um sintetizador Microbrute e um sequenciador Beatstep Pro. Fernando Pinzás Ramos (Lima, 1987) é músico, jornalista, investigador musical e docente universitário, mestre em História pela PUCP. Atualmente, trabalha como chefe de práticas da Oficina de Áudio da Universidade de Lima e prepara um disco de seu projeto musical, Ballet Mecánico. Também é seletor de vinis em festas underground, com obsessão especial por Hi-NRG, italo-disco e discursos políticos.



Rádio Lelé (2022), de Rabay, UD + UPA

Duração: 46'24"


Obra criada por pacientes de hospitais psiquiátricos públicos, gravada ao vivo a partir de dinâmicas de improvisação coletiva, utilizando um pedal de loop BOSS RC-30, somadas a registros de ações de midiativismo (rádio, vídeo, etc). O material nasce de um projeto de intervenções nos hospitais que durou cerca de três anos, embasado pelo campo da educomunicação, visando a denúncia de realidades manicomiais ainda presentes e a circulação das criações de pessoas em vulnerabilidade psicossocial. Além das criações sonoras, o material contém trechos do processo de produção de um programa de rádio que era gravado dentro de uma instituição. Os autores da obra se encontravam institucionalizados: privados de uma série de direitos, entre eles o direito de ir e vir. Algumas dessas pessoas "residiam" na instituição há décadas, tendo sua autonomia cerceada, "vivendo" em grandes alas hospitalares e dormindo em camas metálicas, sem direito a qualquer individualidade. No ano de 2019, o Relatório de Inspeção Nacional dos Hospitais Psiquiátricos no Brasil apontou que essas instituições violavam os direitos humanos e praticavam abusos constantes contra seus pacientes. A obra foi produzida por Rabay, mestre em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), pela UD - Unidade de Dependentes Químicos e pela UPA - Unidade de Psicóticos Agudos (terminologia utilizada internamente pelas instituições). A escolha pelas siglas "UD + UPA” foi uma estratégia para ressaltar a forma como os autores são categorizados internamente pelos hospitais psiquiátricos, documentando o aspecto homogeneizante das instituições, que agrupam as pessoas baseadas nos seus diagnósticos, em grande escala, de maneira impessoal. Esse trabalho foi criado em parceria com Airton, Ulisses, Adriano, Antonio, Wellington, Laudete, Andreza, Teresa, Luciene, Vitória, Lucimara, Rafael, Regina, Mara, Salete, Bruna, Lucinei, Elizabete, Elizangela, Cristiana, Luis Carlos, Francisco, Patrick, Renato, Ítalo, Rodrigo, Cícero, Deivison, Nilson, Valdecir, Noemi, Julia , Daniel, Adair, Márcia, Maria, Afrânio, Verinha, Anderson, Hugo, Julio, Flávio, Cíntia, Anderson, Priscila, Otto, Fagner, Paulo, Daniel, Antonino, Santo Noé, Sidnei, Elza, Renata, Cristina, Donizetti, Fabiano, Zé, Wilson, Pirata, Julio César, João, Clóvis, Suzana, Raila, Maitê, Ercina, Antônio, Natalino, Osmar, Ricardo, José, Cleuza e muitas e muitos mais, direta ou indiretamente.




20h


Programa Arruaça - Peixe Voador (2021), de Marcia Rezende e Cecilia Assy

Duração: 58'05"


Peixe voador quer descobrir o que tem nos rios além de água. Ouviu dizer que a água é viva e vai zarpar querendo ouvir que história é essa. Esta obra conta com entrevistas-histórias de Bruna Florie e Chica Andarilha, diretamente de Triunfo (PE), com o rio Pajeú, Lorena Melo, Dona Mariazinha e Estelita Ribeiro, de Juazeiro (BA), com o rio São Francisco, Mayara Ferreira, de Recife (PE), com os rios Capibaribe e Beberibe, e Danilo Minharro, de São Paulo (SP), e com os rios enterrados. Além disso, conta com a participação especial do engenheiro naval Luiz Alberto, nas correspondências entre o rio São Francisco e o rio Paraguai. Marcia Rezende trabalha com captação de som, produção e edição de programas de rádio e é arte educadora. Nesta peça, fez produção, entrevistas e edição. Cecília Assy de Assis é realizadora audiovisual e atua principalmente nas áreas de roteiro, direção e assistência de direção. Fez pesquisa, produção, roteiro e locução.




21h


Sonhos Pandêmicos (2022), de Juliana R.

Duração: 23'53"


De que são feitos os nossos sonhos durante uma pandemia? A obraé uma uma colagem de depoimentos feitos durante o isolamento, um estudo sobre a fala e as imagens em comum que emergem nas narrativas. A peça foi transmitida pela Radio Art Zone, de Luxemburgo, e conta com a colaboração de Ana Cristina Joaquim, Bruno Risas, Marina Consiglio, Fabi Faleiros, Carla Boregas, Bruno Mendonça, Anelena Toku, Augusto Coaracy, Flora Dias, André Cabette, Vanessa Nicolav e Rafael Abreu. Juliana R. é artista sonora e música nascida em Sorocaba-SP, Brasil. Seu trabalho baseia-se em investigações sobre as formas de ouvir, falar e cantar, utilizando performance ao vivo e práticas colaborativas como processo criativo. Experimenta formatos, em que improvisa com elementos e limitações pré-determinados, geralmente utilizando sintetizadores, fitas K7 e vozes. Seu último trabalho foi a caminhada performativa Você pode imaginar?, realizada em Munique em parceria com a artista alemã Frauke Zabel, que reuniu uma incursão sonora por habitats artificiais de palmeiras a partir de um estudo histórico, da classificação botânica e do cultivo.



Little Freak Suite (2023), de Marco Pinagé

Duração: 05'00"


Conjunto de sons pré-gravados e tratados em computador. A obra aborda interrupções e interferências de sonoridades sobrepostas. Os sons foram gravados ou captados pensando na forma geral a partir da colagem musical. As temáticas escolhidas vão desde alienação e protesto contra o governo passado até projeção de falas urgentes para a desconstrução de um modelo tradicional de comportamento artístico e social. Natural de Fortaleza-CE, Marco Pinagé é formado em composição pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e mestrando na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Atua constantemente na música experimental produzida no Nordeste e tem trabalhos artísticos em parceria com músicos de Fortaleza-CE, João Pessoa-PB, Recife-PE e Salvador-BA.



O Retrato (2019), de Rui Ourique e Julio Cesar Pereira Carvalho

Duração: 05'53"


O texto foi escrito por Rui Ourique em 1980. Em 2019, Julio Cesar Pereira Carvalho fez uma adaptação da obra. A peça conta a história de um homem que assassina o amigo para roubar seus bens. No entanto, o assassino, Thomas, possui um retrato da vítima em sua casa, que o atormenta dia e noite. Rui Ourique faleceu em junho de 2001, com 63 anos. Tinha formação em teatro amador e trabalhava como funcionário administrativo na Universidade Estadual Paulista (UNESP), na cidade de Botucatu-SP. Autor de obras literárias como Atrás do Cometa, Dias de Céu Nublado, A Última Geração, O Levithan e Sheila Anjo e Demônio. A partir de 1974, esteve nos palcos com grupos teatrais como Taenca, GATA, Tabo, Teatro Gino Carbonari e Octopus. Julio César Pereira Carvalho (1969) é escritor de peças teatrais, agente cultural e músico. Atualmente, é discente de audiovisual na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Estudou música no curso livre da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), fundou sua própria companhia de teatro e, ao longo de 20 anos, atuou em projetos sociais junto a comunidades, ao Movimento Hip-Hop e órgãos governamentais nas áreas da assistência social, cultura e turismo.



O tempo do raio (2023), de Isabel Nogueira

Duração: 13'19"


Poema sonoro produzido a partir da ideia de paisagem afetiva, de mapa de sensibilidades e da metodologia do encantamento (Nogueira, 2020). A obra foi criada e produzida por Isabel Nogueira entre agosto e setembro de 2023, especialmente para o Festival Irradia, e masterizada por Luciano Zanatta. Esta peça tem como base a voz da autora gravada e a manipulação de sintetizadores virtuais, processados por efeitos de reverb, delay e overdrive. "Era vez, era voz, era tempo de raio e tempestade; era vez, era voz, era tempo de raio e furacão" é o poema que encerra a obra, em uma homenagem à Iansã. Isabel Nogueira (Bel_Medula) é compositora e produtora musical. Produz canções eletrônicas experimentais usando voz e sintetizadores, com foco na improvisação. Lançou diversos álbuns de música experimental por selos do Brasil, Itália, Peru e Estados Unidos, e os álbuns de canções eletrônicas PeleOsso (2019), Luna (2020), Semente (2021) e Abala Ladaia (2022). É especialista em escuta profunda pelo Deep Listening Institut e desenvolve workshops sobre este tema no Brasil e no exterior. É mentora de processos criativos em produção musical, professora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e coordenadora do Grupo de Pesquisa Sônicas: gênero, corpo e música. Participou de festivais como Kinobeat, Música Estranha, FIME, Morrostock e Novas Frequências (Brasil), Electric Medway (UK), Femnoise (Espanha) e Topia (Berlim). Em 2022 organizou e publicou, pela editora Routledge, o livro The Body and Sound, Music and Performance, em parceria com a artista sonora irlandesa Linda O Keeffe.



O o murmura o O (2023), de daniel minchoni

Duração: 01'30"


O o murmura o O, O ô murmura o Ó, O ó murmura o Ô, ó. Daniel Minchoni é artista da fala. Fundou o Poesia Esporte Clube e Jovens Escribas (RN) e Sarau do Burro, Burruído, Selo do Burro, Nolombo e Nolombinho, Cabaret Revoltaire, Menor Slam do Mundo, Slam do Corpo e Phala'cia, Núchleo Phermanenthe de Phesquisa em Pherphormance e Phala Phoéthica. Escreveu os livros Escolha o Título (2006), Iapois Poisia, Ouvivendo e Carnevais (2013), Ex-porro, Poema Sugo (2014) e Rosário de Boatos ou Trancelim de Outros (2016). Seu livro mais novo é Phala'cia (2022).



Caçando (2020), de Levi S. Porto

Duração: 05'09"


Um homem ruma ao matagal atrás de sua presa. O que ele não sabe é que, entre as folhagens, algo tem mais fome do que ele. Levi Porto é mestrando em Artes e graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Ceará (UFC) . Foi aluno da Casa Amarela Eusélio Oliveira nos cursos de Fotografia e Cinema e Vídeo, além de ter estudado Design na Opa! Escola de Design. É formado pela Escola de Artes e Ofícios no curso de História e Apreciação das Artes, além de ter passado por diversos cursos livres oferecidos pelo Mauc, MIS, Bece, Vila das Artes, Cuca, Arte Urgente e outros. Como escritor, transita entre a poesia e a contação de histórias, sendo fã de literatura fantástica e ficção científica. Escreveu zines, ebooks e os livros Chinchila (2019), Histórias pra Gente Entocada (2020) e Ninho de Pássaro (2021). Também organizou o zine-coletânea Na Toca (2020-2021). Suas histórias podem ser lidas, vistas e escutadas em www.levisporto.com.




22h


tem uva (2023), de Ayrton Pessoa Bob

Duração: 07'09"


Paisagem com áudios gravados na feira do Jangurussu (Fortaleza-CE) e camadas de sintetizador, piano e percussões. A peça fez parte da instalação OUVIR-O-PESO, que integrou a exposição brasileira Acreditamos nas Esquinas, na Quadrienal de Praga, 2023. Ayrton Pessoa Bob é compositor e artista sonoro. Colabora com artistas em ambientes criativos no diálogo da música com outros meios, linguagens e tecnologias. Investiga aspectos sonoros elementares na interação com corpo, espaço, narrativas, imagens e cena. Tem diversos álbuns lançados e participa de shows e gravações como instrumentista e produtor. Há quinze anos trabalha com projetos sonoros para espetáculos e instalações de arte.



sSssSopro (2023), de Arthur Versiani

Duração: 05'00"


A obra começou do interesse de Arthur Versiani pelo som de ar das flautas. A partir disso, ele experimentou recitar e explorar a sonoridade de algumas palavras com a letra "s". Dessa prática, surgiu um poema, resultante da exploração sonora, da imersão nos mais diversos tipos de sopros e suas emissões. sSssSopro mescla sons produzidos em flautas com os sons de voz do autor, construindo um ser sonoro aerado, texturas contrastantes e acumulações de camadas. Arthur Versiani é pianista, compositor, pesquisador e improvisador de Belo Horizonte. É aluno de composição da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e de piano na Fundação de Educação Artística. Participou de festivais de música como o FEMUSC, o Festival de Inverno da UFMG e a Semana de Música de Câmara da FEA-BH. Como pianista, tem interesse principalmente na música dos séculos XX e XXI. Participa do grupo CACO de improvisação livre.



Evasive Space (2023), de Meta Golova: Lena Kilina & Carlos Issa

Duração: 08'43"


Esse trabalho é parte da pesquisa de doutorado de Lena Kilina sobre o Parque do Minhocão, em São Paulo, e é uma criação do duo artístico Meta Golova, formado por Lena e Carlos Issa. O Minhocão é uma nova experiência de ocupação urbana, por isso desperta um forte sentimento de pertencimento e engajamento, também no seu aspecto polêmico e ambíguo. Temos medo de pertencer ao espaço de uma forma diferente? Não há proteção nem salvação desta rotina cotidiana, desta cumplicidade em tudo. Sempre e em todo lugar nos comunicamos com um espaço e com todos os medos um lugar nos atrai para o seu jogo. O duo Meta Golova combina poesia revolucionária e música eletrônica para ampliar o poder do corpo que luta contra a sociedade que escolheu a moral da guerra e a acumulação capitalista. Sem estilo e sem demanda, o Meta Golova gera canções experimentais que escavam a noite abstrata e o dia industrial para liberar a celebração do sonho e da potência de transformação. O oriente e o ocidente dialogam no encontro dos artistas Carlos Issa, brasileiro, nascido em São Paulo, e Lena Kilina, russa, originária da Sibéria, que escolhem a música e o transe sonoro para derrubar as polaridades mentais e geopolíticas de um planeta que segue sua evolução infinita.



Satellite Symphony 1 (1997), de Peterson Ruiz

Duração: 16'00"


Peça realizada a partir de captação de sons radiofônicos, que integra o projeto/álbum Radiomysterio (2003). Na infância e adolescência do artista sonoro e visual, o hábito de ouvir rádio sempre esteve presente e foi uma fonte poderosa de experiências sonoras e afetivas. Para além do prazer em ouvir os hits que marcaram esse tempo, houve sempre o mistério dos ruídos radiofônicos. As interferências, chiados, sobreposições, idiomas de países distantes, canções regionalistas, exaltações religiosas, e muitos outros sons misturam-se livremente nas profundezas do dial. Entre uma estação e outra, propagando-se pelo éter, estava a sonoridade cacofônica e singular das ondas do rádio. Radiomysterio é um álbum inspirado pelos ecos dessa transfonia mágica. Com sons capturados em 1997, Satellitte Symphony I e Satellitte Symphony II apresentam uma estrutura musical misteriosa, transmitida continuamente durante algumas noites em uma faixa de sintonia imprecisa e nunca mais encontrada posteriormente. As gravações não passaram por nenhum tipo de mixagem, em favor da pureza dos ruídos originais. “Minha sugestão de audição é que se ouça Radiomysterio solitariamente, à noite e no escuro, para uma experiência mais profunda” indica o artista, nascido e residente em Sorocaba desde 1968.



Rádio ZAP – Experimentos Sonoros (2023), com coordenação de Nivaldo Godoy Jr.

Duração: 18'40"


A obra é o resultado de um laboratório e oficina livre colaborativa integrante do Programa de Ação Cultural (ProAC), de São Paulo. O processo criativo partiu da interação escolha de artistas da música e da performance para interagirem em um grupo do aplicativo WhatsApp, por meio da troca de mensagens sonoras. Os áudios, capturados a partir de gravações caseiras, vozes, instrumentos e registros sonoros de campo, foram transformados em composições individuais que refletem a diversidade e a riqueza cultural da região metropolitana, oferecendo ao público uma experiência sonora imersiva. O projeto foi coordenado pelo arquiteto e artista sonoro, Nivaldo Godoy Júnior, e tem participação de Ana Eliza Colomar, Dikitnet, Dovglass, Estevan Sinkovitz, Gigi Magno, Juliano Gentile, Kali, Leonardo Gonzales, Lucas Brandão, Lucas Novaes, Marcos Lopes, Rafael Cab e Viviane Barbosa. Nivaldo Godoy Jr. (1978, São Paulo-SP) desenvolve pesquisas de cruzamentos da linguagem arquitetônica com outras artes, especialmente o audiovisual, organizando dados e fragmentos em mapografias expandidas. Iniciou sua pesquisa artística em 2005, integrando a equipe do FILE - Festival Internacional de Linguagem Eletrônica e recebendo uma bolsa do instituto suíço Sitterwerk Foundation, através do patrocínio da Kunstbibliothek. Recentemente, integrou coletivo de artistas no projeto São Paulo Sonora, desdobramento audiovisual de obras da professora da FAU-USP e artista Giselle Beiguelman, e foi selecionado como artista para a série documental Arte na Tecnologia, Canal Arte1.




23h


Fosse sorriso, dalinhareta (2021), de Felipe Neiva dos Santos

Duração: 03'50"


E se a linha reta ganhasse vida? E se ela se revelasse sinuosa e monstruosa? E se, numa inflexão, assumisse dobraduras e dentaduras? O que há, afinal, dentro dalinhareta? A obra é uma criação de Felipe Neiva dos Santos, poeta, roteirista e mestre em Teoria Literária pela PUCRS, onde estudou o poeta Murilo Mendes e o surrealismo francês. Nascido e criado em Porto Alegre, hoje vive em Salvador. É idealizador, apresentador e roteirista do podcast Volteio (2021), de única temporada, financiada pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Prefeitura de Salvador.



#hash (2023), de daria baiocchi & ezio alessio gensini

Duração: 02'40"


Usamos hashtags para expressar sentimentos por meio de palavras-chave que muitas vezes são a expressão de um mundo. #hash é composta por sonoridades do vento e das paisagens sonoras da natureza e pela voz recitadora do poema Silent Words / Parole Silenziose, escrito por Ezio Alessio Gensini, em língua italiana. Este poema destaca a natureza e as relações humanas através dos sentimentos humanos. A parte sonora também possui uma obra de arte que representa a partitura gráfica do áudio. Poesia: « Silent words (#hash) #wind#cold#northwind#hot#healthy We look for the stars in the skyand we are not enchanted to observe those around us My tiredness will not prevent me from being close to you Even if you will never know it... because mine will be silent words... as I always did. » Daria Baiocchi tem mestrado em piano, em composição clássica e em música eletrônica. Formou-se em Literatura Clássica pela Universidade de Bolonha, na Itália. Ela tem recebido vários prêmios internacionais e suas composições musicais têm sido tocadas em teatros e salas de concerto de todo o mundo e transmitidas por diversas estações de rádio (Holland National, França, Portugal, Reino Unido, EUA etc). Suas obras em videoarte também ganharam seleção em exposições em diversos países. Foi professora de Design de Som na Academia de Belas Artes de Milão, Turim e Veneza. Atualmente é Professora Catedrática de Harmonia e Análise Musical no Conservatório Fermo. Daria é diretora do Museu de Arte Sonora Online em Ascoli Piceno e, como voluntária, Diretora Artística e palestrante do programa de rádio Classical Music and…, em estação FM na Itália, apresentando novos intérpretes, compositores contemporâneos e designers e artistas de som. Ezio Alessio Genzini é poeta e jornalista do Centro Nacional de Pesquisa Italiano, em Florença.



Boca (2023), de Mike Dutra e Ma Njanu

Duração: 02'04"


Boca é uma caixa de ruídos que chama sonoridades encantadas da floresta profunda. A produção é do músico, artista multidisciplinar e realizador audiovisual fortalezense Mike Dutra, e da poeta e artista visual Ma Njanu.



Fortaleza (2019), de Veronica Daniela Cerrotta

Duração: 19'02"


Nesta obra, os sons da cidade de Fortaleza conformam um trilha sonora narrada cronologicamente, segundo as caminhadas feitas durante a Residência Sala Vazia. Diferentes paisagens e situações se sucedem e se superpõem, criando imagens sonoras que estimulam uma escuta atenta e criativa. Artista sonora, musicista e compositora, Veronica Cerrota é graduada em Música pela Escuela de Música Juan Pedro Esnaola, na Argentina, com especialização em piano. Desde 2019, tem lançado seus trabalhos de gravações de campo e música experimental pelos selos Impulsive Habitat (Reino Unido, Portugal, Argentina), Green Field Recordings (Portugal), Música Insólita (Brasil), Pakapi Records e Sello Postal (Argentina). Como membro da banda a.hop, apresentou-se no Audiograft Festival e no Roam Festival (Reino Unido), no Museo del Estallido Social e na Radio Tsonami (Chile), Laussane Underground Film & Music Festival, Theater neben dem Turm (Alemanha) e no Klankhaven (Bélgica). Em julho de 2023, apresentou-se ao vivo na Bienal de Escuchar, em Buenos Aires, com o projeto Música e Paisagem. Participou dos festivais Pequenas Sessões (Belo Horizonte, 2022) e Novas Frequências (Rio de Janeiro, 2021). Em 2021 ganhou o terceiro prêmio do Concurso Internacional 60 Secondes Radio. Desde 2018, vive no interior de Rio de Janeiro, onde trabalha com gravação de campo, desenho e composição sonora. Recentemente, fez o desenho de som e a composição de música original para o curta-metragem Visões do Paraíso, da diretora Cristiana Miranda.



O Agro não é pop (2021), de Leandro Kemps Daniel Gonçalves

Duração: 01'00"


A obra de Leandro Kemps busca reproduzir através do som a destruição causada pelo agronegócio nas florestas brasileiras. O autor tem formação em Publicidade e Propaganda, com pós-graduação em Cinema. A peça foi produzida durante a disciplina de Produção Sonora, ministrada pelo prof. Márcio Câmara.



Dada post I (2020), de Fabio Manzione

Duração: 04'12"


O compositor, escritor e performer Fabio Manzione compôs Dada post I em diálogo com o curta-metragem homônimo do artista-visual argentino Paulo Ahumada Rovai, inspirado na paisagem sonora da cidade de São Paulo no ano de 2020. O filme trabalha com recursos estéticos dadaístas como a ruptura com padrões artísticos tradicionais, a não linearidade narrativa e o deslocamento estético para e pela reinvenção de realidades menos obtusas. Baseada nisso, a peça de Fabio Manzione reitera as possibilidades de sonoridades acústicas comuns na rotina dos seres humanos servirem de mote para a composição musical: vozes faladas, violões acústicos e o som da fricção de um rodo em um piso de madeira aparecem de diferentes formas durante a peça. Nas sonoridades captadas foram inseridos efeitos texturais, distorções e inversões no intuito de potencializar as camadas imagéticas construídas no filme e criar conexões entre som e imagem. A captação dos sons presentes na obra foi realizada pelo artista durante os meses de junho e julho de 2020. Fabio Manzione é doutor em Processos de Criação Musical pela Universidade de São Paulo (Brasil) e Mestre em Estudos de Jazz pela Universidade de Aveiro (Portugal). Faz parte de grupos de livre improvisação musical dentro e fora do âmbito acadêmico, como Orquestra Errante, Ñembo e Duo Cóz. Tem colaborado com projetos audiovisuais do grupo Dto6, de Córdoba, Argentina. Em 2016 publicou o livro de poesia concreta (sem título) e concebeu as performances História de uma linha só (2017), Limit-ações (2019) e Como escutar uma bergamota (2021). A partir da pesquisa sobre processos de criação musical em tempo real e descolonizações da escuta em Música, realizou três curta-metragens: Presenças (2019), Mais um dia (2020) com o contrabaixista Miguel Antar e Som Latente (2021) com a artista Marina Mapurunga. Também é co-fundador e artista residente do Jardim das Máquinas, espaço artístico coletivo situado no bairro da Barra Funda em São Paulo.



Garrafas (2015), de Pedro Albuquerque

Duração: 04'26"


As Garrafas funcionam como um náufrago; Como fazer esperar; alturas e os graves; o mar e as pedras; grande e pequenos mundos; náufrago; como na terceira margem do rio; vai e vem; e o menino fica esperando; náufrago; lançando garrafas; Jogando com a sorte; o náufrago funciona como garrafas. Pedro Albuquerque (1976) é doutorando na Escola de Música da UFRJ e atua tanto academicamente, com publicações em diversos periódicos e apresentações em congressos, quanto artisticamente, com trabalhos teóricos e práticos sobre Música, Rádio Arte e Arte Sonora. Suas obras já foram executadas na Radio Research Section of ECREA, Occupy with Art, MEC-FM do Rio de Janeiro, Cultura AM de Curitiba, Bienal de Artes de São Paulo (2012), no Echoes da stress.radio e na Berliner Kunstradio. Foi Artista Visitante no Estúdio de Som e Música da FEBF/UERJ (2012-2015). Sua tese trata de filosofia e música, sondando a escuta a partir de práticas sonoro-musicais.



cuando el fuego suena (2022), de Ana María Romano G

Duração: 19'03"


Obra criada em um momento em que diferentes situações convergiam nos sonhos da artista: a pandemia, algo externo e incontrolável; o contexto sociopolítico da Colômbia; e a menopausa, também incontrolável e muito íntima, embora também com um componente social frente ao controle sobre os corpos das mulheres. O processo de composição dispôs o corpo, a mente, o espírito, a existência, a uma dimensão temporal que pode ser comparável ao sonho, podendo aproximar-se da ruptura da necessidade produtiva e do vínculo com a crono-normatividade. No entanto, a atividade criativa acaba se se sujeitando à crono-normatividade, entendendo-se o espaço da noite (do “não” trabalho) como o momento de fazer o que corre por fora do laboral, do lucrativo, do produtivo. Dessa forma, acabamos por subtraindo o tempo do sonho para navegar e construir nossos tempos internos, sem morrer na tentativa. Ana María Romano G é compositora, artista sonora-interdisciplinar e improvisadora, atuando dentro e fora da Colômbia. O rádio acompanha a artista desde a infância, sendo espaço de companhia, de descobrir novos mundos, de curiar terras desconhecidas. Suas obras são lançadas em suportes físicos e por netlabels nas Américas, Europa e Ásia. Entre numerosas realizações, foi artista residente no Centro Mexicano de Música e Artes Sonoras - CMMAS. Em 2019, foi indicada ao prêmio Classical Next Award Innovation (Holanda) pelo seu trabalho com o Festival En Tiempo Real, que promove artistas mulheres e disidencias LBTQ+ no campo da criação sonora experimental com tecnologias. Atualmente é professora da Universidad El Bosque e da Universidad de los Andes. É co-fundadora da plataforma Paisajistas Sonoras - América Latina.




24h


Onde os oceanos se encontram (2023), de Anna Avelar

Duração: 01'43"


A obra foi criada para servir como trilha sonora da cena final do livro Um Espinho de Marfim e Outras Histórias, de Marina Colasanti. Nela, a música simboliza elementos como luto, arrependimento, amor e a profunda reflexão sobre as decisões que tomamos ao longo da vida. A trilha é espacializada para melhor imersão do ouvinte na cena. Anna Avelar estuda Som, Imagem e Movimento (SIM) na UFSB, e sua paixão reside na trilha sonora e na pesquisa envolvida nessa forma de expressão.


SuburbanaCo. apresenta: Fagia Remains - A Décima Morte de URO (2022/2023), de Uirá dos Reis

Duração: 03'43"


A obra faz parte do álbum de música eletrônica instrumental Fagia Remains, lançado pelo selo argentino Pakapi Records e feito a partir de samples de percussão de samba, funk e idm techno. Uirá dos Reis sai da música mais abstrata para focar em composições que exploram as raízes da música negra nesses ritmos e estilos, de uma forma muito pessoal, brincando com os timbres, modificando os sons por meio do uso de diversos efeitos, sobrepondo percussões e colocando-os de forma panorâmica, em busca de alguma organicidade e estranheza/beleza. Um trabalho de meses que é resultado de dois anos de pesquisa. Desde 2020, Uirá investiga a composição baseada na percussão, elemento-chave deste trabalho, além de sintetizadores antigos, textura sonora e mixagem. O artista dirige o selo de música para internet e literatura SuburbanaCo., produz eventos que misturam linguagens, sobretudo música, cinema e literatura. Desde 2000, desenvolve o projeto híbrido URO de música eletrônica experimental, poesia e projeções/mapping, e integra a ADSR_, banda de música eletrônica improvisada, junto com Eric Barbosa, Henrique Gomes e Ítalo Adler. Compõe trilha sonora para teatro, cinema e espetáculos de dança, tendo recebido, junto com Luiz Pretti, o prêmio de melhor trilha sonora pelo filme Estrada para Ythaca, no Festival de Cinema Cine Ceará (2010).



Discontinuous Mediation III (2023), de Rodrigo Pascale

Duração: 05'53"


Terceira composição da série Discontinuous Mediation. Nesta, ao contrário da primeira e da segunda composições, nas quais foram usados sons pré-gravados de violão e clarinete, o compositor Rodrigo Pascale utiliza sons de viola como material sonoro. Assim como nas duas composições anteriores, os sons foram organizados de forma segmentada, criando uma estrutura baseada no processo de composição do artista. Este método foi aplicado para explorar a ideia conceitual de um mundo perceptualmente contínuo sendo interpretado por uma mediação discreta. Rodrigo Pascale (Rio de janeiro, 1996) formou-se em composição pela UFRJ em 2018, e desde 2019 reside nos Estados Unidos, onde atualmente cursa DMA (Doctor of Musical Arts) em composição no Peabody Institute da John Hopkins University. Teve obras selecionadas para os festivais XXIX Panorama da Música Brasileira Atual, Mostra MUSLAB 2020, Festival Espacios Sonoros 2020, V Congresso Internacional de Música e Matemática e Concerto Eletrônico/Eletroacústico Tesselat. Pascale foi um dos vencedores do Concurso Internacional de Composição organizado pela Sound Silence Thought e vencedor do Festival Expresiones Contemporáneas 2020.



Unisono (2020), de Colectivo Refluxus

Duração: 13'23"


Jogo sonoro inspirado na prática surrealista The Exquisite Corpse, apresentado no Festival Sonar + | - realizado no Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB), em 2020. O jogo surrealista é uma pratica literária coletivo, criada por volta de 1925, na França. O método subverteu o discurso literário convencional. The Exquisite Corpse tinha o objetivo de colocar palavras incomuns na mesma frase e usar a seguinte estrutura de frase: artigo, substantivo, adjetivo e verbo. Ele também agrega mais de um autor. Cada um intervém como deseja, porém, dobrando o papel para que os demais colaboradores não tenham conhecimento do que foi escrito. Para criar Unisino, três temas foram escolhidos para gravação sonora: Sons do Corpo; Paisagem Sonora sob isolamento; Sons da mídia de massa. A construção é semelhante ao Exquisite Corpse, já que os integrantes do Colectivo Refluxus adicionaram os temas a cinco mãos, sem escutar a composição anterior. O resultado é um ensemble dos três temas em cinco coordenadas distintas, um panorama da paisagem sonora que circundava os artistas durante a pandemia de COVID19, revelando sensações corporais, o massacre midiático e o entorno sonoro em isolamento. Coordenadas GPS Ebe Giovannini: 19°35'21.2"N 88°02'54.2"W (Mexico). Francesca Toro: 33°26'51.6"S 70°34'02.2"W (Chile). Javi Roka: 41°22'23.3"N 2°09'47.0"E (Espanha). Luis López: 36°59'17.3"N 6°31'59.8"W (Espanha). Malu Hatoum: 22°12'55.8"S 49°38'56.0"W (Brasil).



impossible landscape (2005-2023), de Ariane Stolfi

Duração: 30'23"


Recortes de uma obra experimental produzida durante vários anos, por diferentes técnicas, criando uma paisagem de um lugar impossível. Ariane Stolfi é arquiteta, designer, programadora, musicista e professora, e transita por várias linguagens e disciplinas. É doutora em Sonologia pelo departamento de Música da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e mestre em Arquitetura e Design (FAU-USP). Atualmente, pesquisa interfaces interativas em tecnologias web na Universidade Federal do Sul da Bahia. Foi pesquisadora visitante no Centre for Digital Music, da Queen Mary University of London, e participou de eventos como Festival de Música Nova, Digitália, SHA, Submidialogias, DIS Experimental, ¿Música?, Virada Cultural, Bigorna, Improvise!, Circuito de Improvisação Livre, Amostra Sonora, Áudio Insurgência, Tecnoxamanismo, CMMR, Web Audio Conference, Audio Mostly, UbiMus e NIME.





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